domingo, 21 de outubro de 2012

Basquete em Cadeira de rodas fica fora do projeto "Brasil Medalhas "

ALDO REBELO Ministro do Esporte                         
O Brasil tem elevado índice de portadores de alguma deficiência, física ou mental: são 24% da população ou 46 milhões de pessoas. Até pouco tempo, elas dependiam principalmente da sua capacidade de resistência e do apoio do governo, sobretudo por intermédio da Previdência Social. Agora está em ação o Plano Nacional dos Direitos das Pessoas com deficiência — o Viver sem Limite, lançado pela presidente Dilma Rousseff para favorecer a inclusão na sociedade e na cadeia produtiva desse enorme contingente que equivale a toda a população da Argentina. Serão investidos R$ 7,6 bilhões em educação, saúde e acessibilidade até 2014.Para o Ministério do Esporte, é mais uma oportunidade de incentivar a ampliação das atividades no chamado paradesporto. Desde que o neurologista alemão Ludwig Guttmann, refugiado do nazismo, criou o Centro Nacional de Lesionados Medulares no Hospital de Stoke Mandeville, na Inglaterra, e promoveu atividades esportivas como terapia de soldados feridos na Segunda Guerra Mundial, o paradesporto encanta e comove o mundo.
Os Jogos paraolímpicos estrearam na sequência das Olimpíadas de Roma, e se constituíram a partir daquele ano de 1960 em marca triunfal da capacidade realizadora do ser humano mesmo na mais difícil das adversidades, seja no comprometimento da mobilidade, seja na privação de sentidos. O Brasil seguiu a tendência mundial de criação de federações por modalidade, afinal agrupadas em 1995 no Comitê paraolímpico Brasileiro (CPB).
O princípio da proteção social vem fundamentando algumas ações do Ministério do Esporte, e de vários segmentos da sociedade, que têm como objetivo proporcionar às pessoas com deficiência acesso ao Esporte. O conceito de inclusão vem sendo ampliado e, atualmente, não se restringe apenas ao âmbito educacional ou social. A questão inclusiva se faz presente em áreas como a educação física, a prática do Esporte de alto rendimento e do lazer, entre outras.
Fiel ao programa de universalizar as atividades físicas em magnitude que permita o aparecimento maciço de atletas competitivos, nacional e internacionalmente, o ministério investe fortemente no esportista paraolímpico. Para os jogos de Londres, nos quais a delegação Brasileira conquistou 43 medalhas, o CPB recebeu R$ 131,5 milhões, dos quais R$ 22 milhões foram repassados diretamente pelo ministério.
Todas as medalhas paraolímpicas Brasileiras conquistadas em Londres tiveram a participação de beneficiados pelo programa Bolsa-atleta, do Ministério do Esporte. Na delegação nacional, de 182 atletas, 156 (85%) eram bolsistas. As conquistas alcançadas até agora são fruto de um ciclo de trabalho bem planejado, que exigiu treinamento e investimentos do governo federal. Todos esses fatores, juntamente com a vontade de vencer, foram primordiais para o sucesso dos atletas.
Para as Olimpíadas do Rio, em 2016, criamos o plano Brasil Medalhas, com o objetivo de colocar o Brasil entre os 10 primeiros nos jogos convencionais e entre os cinco primeiros nos paraolímpicos. Quinze modalidades do paradesporto foram selecionadas: atletismo, Bocha, canoagem, Ciclsmo, Esgrima em cadeiras de rodas, futebol de cinco, futebol de sete, Goalball, halterofilismo, Hipismo, judô, natação, remo, Tênis de mesa e voleibol sentado.
Serão criados ou reformados centros de treinamento de alto nível, e atletas mais bem classificados terão apoio para a preparação, viagens, compra de equipamentos e ajuda financeira, por intermédio dos programas Bolsa-Pódio, que inclui a Bolsa-atleta, e agora a Bolsa-Técnico.
O governo Brasileiro considera que o incentivo ao Esporte de alto rendimento em competições gera, além de medalhas, um efeito salutar no conjunto da população. Um desses resultados mais fecundos das paraolimpíadas é o estímulo que proporciona aos portadores de deficiência que ainda não praticam atividade física — e aos que, podendo praticá-la sem restrições, continuam sedentários. O Esporte, como fonte de lazer e vida saudável, é para todos.
Matéria: CORREIO BRAZILIENSE (DF) • OPINIÃO • 20/10/2012

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